terça-feira, outubro 10, 2023

Maratona de Lisboa

Este domingo fiz a minha 25ª maratona (para esta contabilidade entram também as ultras), fiz um tempo sonhado e realista, mas inesperado.

Realista porque foram 14 semanas de treino com 1000 km, compostas de muita subida à serra de Sintra, de repetições de rampas, alguns intervalos ritmados, algumas semanas acima dos 90 km.

Sonhado porque desde a Maratona de Londres em 13 de Abril de 2008 (nem o Strava existia), que não fazia um tempo abaixo das 3h30m. Tive uma fase depois dessa maratona em que os objectivos eram cumprir a distância sem stresses e dores e por coincidência, para esta prova lembrei-me de usar a camisola dos “Marathon Maniacs” - para se conseguir ser membro “bronze” e obter aquela camisola era necessário ter 2 maratonas em 3 semanas e 3 maratonas em 3 meses e eu cumpri os critérios com a Maratona de Sevilha em Fevereiro, Maratona de Madrid em Abril e a Gold Marathon “Carlos Lopes” Lisboa em Maio tudo em 2009 - isso na tal fase que referi acima.

Inesperado porque as condições não iam ser as ideais, calor, uma alteração de horário de partida na véspera (passou das 8h00 para as 7h00) a reduzir as horas de sono, o factor do ano passado em que a parte mental deu o estouro.

Despertador às 3h30, não moro muito longe de Lisboa, mas gosto de ter tempo para esticar as pernas e fazer os meus rituais, às 4h30 lá fui de carro para o meu local de estacionamento habitual, perto da chegada e perto do Cais do Sodré. Apanhar o comboio que ia bem cheio chegar ao local da partida, dar os toques de “maquilhagem” final, entregar a mochila e ir para o local de partida.  

Os primeiros 5K são sempre feitos em modo de aquecimento, sem baixar das 5:15/km, ainda fui um pouco à conversa com o grande Fernando Andrade que já vai das 70 e tais maratonas. Depois dos 5K começo à procura do ritmo que queria, ali por volta das 4:50/km, é uma parte que até tem umas descidas na baía de Cascais e algum apoio dos espectadores. Em termos de gestão do calor, a estratégia é simples, despejar quase a garrafa inteira na cabeça, e às vezes duas garrafas. Em termos de reforço calórico, desta vez experimentei umas barras tipo goma da Gold Nutrition, aos 10K, 20K e 30K e levei também uma cápsula de electrólitos que tomei aos 25K.

Antes da meia-maratona já tinha passado a lebre das 3h30m (ainda pensei ficar ali abrigado no comboio), como me sentia bem segui ao meu ritmo, se mais tarde eles me passassem, tentaria ficar com eles.

Consegui manter o meu ritmo até cerca dos 32K, depois baixou um pouco, mas mesmo por fadiga natural, nada de dores ou pensamentos negativos, mesmo assim dentro dos 5:05/km, quando viro para o arco da Rua Augusta e vejo que vou conseguir, fiquei super satisfeito por conseguir um tempo destes aos 54 anos.

Tenho que deixar aqui uma nota para a arma secreta que foram os ténis Saucony Endorphin Pro 3, pela primeira vez uma prova com placa de carbono e realmente fazem bastante diferença, facilitando muito a cadência elevada. Mas há de aparecer por aqui alguma coisa só sobre eles.

Fica aqui a minha prova no Strava:

Abraços e boas corridas!