segunda-feira, abril 29, 2019

6 horas nas 24 horas a correr em Mem Martins

Ontem bati o meu record de distância percorrida - 53,5 Km.
Estive presente, mais uma vez, nas 24h a Correr de Mem Martins, aqui bem pertinho de casa. A edição do ano passado tinha sido em Outubro e eu participei nas 3 horas pois tinha a maratona no domingo seguinte.
Desta vez estava inscrito nas 6 horas e era a prova pico do primeiro semestre do ano. O mais engraçado é que durante a passada semana recebi um mail com o meu número de dorsal na Eco Maratona de Lisboa (tinha feito uma inscrição low-cost logo em Junho) e nem estava a contar com tal prova no meu calendário, assim, a história vai ser semelhante desta vez.


Relativamente à minha prova; tinha feito há duas semanas um treino de quatro horas em circuito desafiante psicologicamente (voltas de 1 km com passagem em casa a cada hora para abastecimento), fiz um pouco mais de 40 km e testei a nutrição a usar na prova - a cada 60 minutos, cerca de 200 calorias de palatinose em garrafas de 33cl  de água e um bom copo de ginger-ale para dar gás, a meio tomei um reforço de electrólitos em cápsula -  e este treino correu muito bem, em termos de ritmo e até na recuperação pós prova. Assim, ontem, usei a mesma estratégia, levei um saco com o material, que deixei numa das tendas de apoio. Na prova das seis horas acho que não chegávamos a 15 participantes, eu optei por usar frontal na primeira hora (a partida foi às 6:00) apesar do caminho estar iluminado, era preciso ver os pormenores na parte mais "trail" do percurso (cada volta tinha cerca de 2,1 km em trilho, alcatrão, terra batida e passadiço de madeira), coloquei-me logo nos primeiros 5 e aí fiquei até ao fim. Na primeira paragem, tirei o frontal e coloquei os fones para me ir entretendo com uns podcasts. Durante a segunda hora de prova tropecei num tronco e fui ao chão com aparato e fiquei com algumas marcas, principalmente na cana do nariz (as fotos não o testemunham) e hoje estou com algumas dores nos braços. A partir das 10:00 com 4 horas de prova o sol estava já todo a descoberto e o calor começava a apertar, estava muito alerta para o ritmo cardíaco e fui reduzindo a minha cadência, passei a fazer a parte mais a subir a caminhar, a maratona foi feita cerca das 4h30m  e entretanto a minha claque já lá estava a apoiar, o tempo passou depressa mas a temperatura só deu para fazer mais cerca de 11km nessa 1h30m que faltava. Durante a prova pareceu-me ver uma cara conhecida - era o António Almeida - outro veterano dos blogs que eu já não via há uns bons anos, ainda trocámos uma frases durante a minha fase de caminhada. Quase consegui dar uma última volta inteiramente a correr, mas faltaram-me cerca de 200m. No meu relógio marcou 53,5 km a maior distância que já fiz desde que pratico corrida.
Depois, foi esperar pelos resultados - fiquei em 4º na geral e em 1º lugar no escalão M40/49 (a poucos dias de deixar de pertencer a essa faixa etária), mais uma subida ao pódio, desta vez para o lugar mais alto.


No próximo ano gostaria de fazer as 12 horas, vamos ver...

As fotos são de Orlando Duarte (Obrigado!)

Deixo aqui a minha análise review desta prova:
- toda a organização
- logistica
- kit de participante
- abastecimentos


Pontos Negativos:
- a única nota continua a ser o passadiço de madeira, foi arranjado mas ainda deu para tropeçar umas duas vezes

O meu registo no strava:

 Boas corridas!

segunda-feira, abril 22, 2019

15 anos de blog


É mesmo verdade. Já passaram 15 anos desde que iniciei este blog e por sua vez que iniciei a minha actividade neste mundo da corrida.
O início foi muito viciante como, penso, terá sido para todos nós que abraçamos esta modalidade, mas depois vamos atingindo os nossos objectivos e a “febre” vai abrandando, pelo menos comigo foi assim.
Logo que comecei a correr, coloquei como objectivo correr uma maratona e passados 12 meses estava a fazer a minha estreia em Paris, a primeira meia-maratona foi feita apenas com 2 meses de corrida. Depois tive aquela fase de melhoria dos tempos e fazer mais maratonas em várias cidades, consegui participar na mais emblemática de todas no nosso continente – a maratona de Londres – depois vieram outras prioridades, veio a família. 
Naquele tempo não havia aquela coisa chamada ultra-maratona ou trail, ficava-se a sonhar com Comrades , com Western States, com Marathon des Sables e ainda nem se falava de UTMB.
Hoje, tenho provas à porta de casa com 24h horas a correr, temos no nosso país uma das principais provas de trail em todo o mundo – MIUT – e temos três provas acima de 200 km no nosso país e com mais participantes portugueses que na maratona de Lisboa de há 15 anos.
Eu cá vou correndo, e agora vou traçando os meus objectivos em termos de distâncias cada vez maiores, fiz no final do ano passado a minha primeira ultra. E tenho pena que não haja mais ultras sem montanha, provas de estrada de 50km, 100km ou mais. Porque nos trilhos, corremos o risco de os organizadores nos porem a passar várias vezes pelo mesmo pico só para ter aquele desnível que se impõe.
Outra coisa que tenho pena é que no nosso país deixámos de ter corredores de elite, nos últimos 15 anos perdemos atletas masculinos capazes de fazer menos de 2h15m e a única excepção são algumas senhoras que ainda conseguem ser competitivas e fazer mínimos para as grandes competições mundiais. Lamento muito, mas na corrida entrámos naquela fase, como em quase todas as modalidades individuais, em que estamos sentados à espera que uma geração espontânea nos dê uma alegria e não fazemos trabalho de base para ter consistência de resultados neste campo.
Abraços e boas corridas! 

terça-feira, abril 02, 2019

Corrida dos Sinos

Se a minha contagem de ontem está certa, já são nove os meus sinos.
No domingo lá estive em Mafra para mais uma clássica, foi a minha primeira prova de estrada de 2019, quando vi que estava prevista chuva e céu nublado até fiz uns ajustes no equipamento, mas as previsões enganaram-se e esteve uma temperatura bastante alta para a época e complicada para uma prova de corrida (pelo menos para mim).
É com agrado que, apesar da concorrência, se vê uma prova a crescer no número de participantes. 
A minha participação não foi grande coisa, principalmente para um veterano da prova, deixei-me ir na onda logo de inicio e gastei as pernas para os últimos 5 km. Devido à boa novidade deste ano de ter a separação por tempos, pude começar logo rápido e quando me apercebo já vou com uma média perto dos 4:30/km o que é extremamente rápido mesmo sabendo que vamos a descer. Antes de chegarmos ao Sobreiro passa um senhor por mim com a maior das facilidades e a motivar toda a gente, pensei que fosse alguém que tivesse chegado atrasado, mas mais tarde, pelas fotos verifiquei que se tratava, nada menos, que António Pinto uma das ultimas estrelas da corrida europeia, que apadrinhava a prova deste ano e tinha o dorsal 1. Voltando à minha prova, depois de fazermos o retorno no novo sino gigante, senti que já não tinha pernas para fazer um ritmo semelhante ao que tinha feito até aí, então fiz um esforço para manter até aos 10k e depois foi gerir num ritmo moderado até ao fim, sempre a ser passado. Acabei por fazer quase o mesmo tempo do ano passado, 1h12m mas com uma péssima gestão de prova, talvez por estar afastado da estrada há tanto tempo.
Aqui fica a minha análise (review) da prova:

Pontos Positivos:
  • Melhoria na entrega de kit, desta vez no pavilhão;
  • Blocos de partida por tempo;
  • Muitos participantes;
  • Chegada na pista de atletismo.
Pontos Negativos:
  • A mini continua a partir ao mesmo tempo que a prova principal.
O meu registo no Strava:

Boas corridas!